quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Outra visão do azul

Golpe de estrelas quando abandonam o céu pouco iluminado. Meio-tom de azul amargo. O exagero de anil aparece: marcas da rejeição de agora há pouco. Motivos não são visíveis, muito menos a importância imediata da indiferença na mutação de tudo o que era colorido. Uma noite despenca absurda em cima de restos de uma aquarela que já suportou até o puro rubro sangue do caos. É só a cor se desbotar a cada instante numa sombra interna: a consciência. Amemos a voracidade dos sonhos, para não sermos seduzidos pelas derrapagens do que dói ainda blue. Pelo menos a poesia faz visita em dias brancos de mar, quando a onda se mistura com o grosso caldo da água e gera a espumosidade alva. Ah, se o infinito fosse lilás...


Texto escrito em 2005.
LA

Um comentário:

Fátima Lima disse...

Nessa paleta de cores que carregamos, mesclam-se diferentes tons, onde, por vezes, empalidecem ou ruborizam-se... Entre azuis e tons lilases, a vida se compõe de rudimentos “colors”. Muito lindo!!! Uma dor ainda blue, fiquei a pensar....