sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Poética do olhar


Esse olhar retratado na imagem está mais para uma poesia do que para uma realidade. Pena que é uma cena triste. Mas o belo aí está.


Descrição da foto de Emilio Morenatti/AP:

No Paquistão, criança da região tribal de Bajur e Mohmand é flagrada antes de ser registrada em um acampamento para refugiados



quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

MEDO


Para quem não sabe, Clarice Lispector (a melhor de todos os tempos) também caminhou pela selva da pintura. Este, por exemplo, é um dos quadros de Clarice Lispector e chama-se "Medo". A descrição do quadro foi feita pela própria Clarice e transcrita no livro de Olga Borelli:
"Pintei um quadro que uma amiga me aconselhou a não olhar porque me fazia mal. Concordei. Porque neste quadro que se chama Medo eu conseguira por pra fora de mm, quem sabe se magicamente, todo o medo-pânico de um ser no mundo. É uma tela pintada de preto tendo mais ou menos ao centro uma mancha terrivelmente amarelo-escura e no meio uma nervura vermelha, preta e de amarelo-ouro. Parece uma boca sem dentes tentando gritar e não conseguindo. Perto dessa massa amarela, em cima do preto, duas manchas totalmente brancas que são talvez a promessa de um alívio. Faz mal olhar este quadro."


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Um site mais que interessante

Para quem gosta de literatura e procura um site que contenha muita informação literária, recomendo o "Projeto Releituras". Considero-o um dos sites mais interessantes e completos. Como eles mesmos se auto-definem: um sítio sem fins lucrativos que tem como objetivo divulgar trabalhos de escritores nacionais e estrangeiros. Bom, mas além disso o "Releituras" oferece oportunidade para novos escritores reservando um espaço para que anônimos tenham seus trabalhos divulgados, claro que depois de uma triagem, pois, segundo os organizadores, a quantidade de material enviado para o site é enorme.
Enfim, para ver biografias, charges e textos ilustrados, acesse http://www.releituras.com/



quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Programação do I Congresso de Jornalismo Cultural

A revista Cult já está divulgando em seu site a programação do I Congresso de Jornalismo Cultural, a ser realizado de 4 a 8 de maio/2009, das 10h às 17h, no teatro da Universidade Católica/PUC-SP, com o tema "Os Caminhos do Jornalismo Cultural".
A programação, que inclui painéis de crítica musical, literatura, cinema, televisão, internet, teatro, visa priorizar assuntos que versam sobre o desenvolvimento da linguagem, pauta, edição e a formação do jornalista cultural.
Para mim, que amo literatura, a apresentação mais interessante seria a do dia 6/05, com o tema "Crítica literária", bem no dia do meu aniversário. Bem que eu queria que caísse do céu um presente (patrocínio)...rs
Agora, atenção para o preço salgado do evento: fazendo a inscrição até 15 de março, o valor é de R$ 1.300. Para quem está a fim de um bom investimento, com direito a certificado de participação, essa é uma boa pedida.

Confira a programação no link abaixo:
http://www.espacorevistacult.com.br/website/cursos/show.asp?crsCode=A05A0C4E-7ED5-452A-94BA-FD3E95889BB2

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Coca-cola forever




Ahh, Coca-cola. Um dia me libertei dela e agora voltei a ser quase escrava, principalmente da zero. Nunca gostei muito de falar nessa bebida, talvez por saber do mal que faz ao meu estômago e eu ainda teimo em tomar. Enfim, o que está me levando a falar da Coca-cola aqui é a última propaganda veiculada no cinema e na televisão. Bom, nunca gostei das propagandas da Coca, sempre as achei chatas e sem sentido. Mas, agora, parece que tem alguma lógica. Pelo menos é o que parece...
Estou curiosa com relação ao que se passou na cabeça dos publicitários. É que a Coca foi ousada na medida em que usou imagens coloridas de cogumelos e de explosões ultrapassando a camada de ozônio, isso depois que uns garotos agitam a bebida antes de abri-la. Achei que foi um tiro no pé, porque está rementendo aos malefícios já comentados destacadamente na mídia. Ou não, se a intenção deles foi realmente usar a munição dos outros a favor da própria imagem.
Sei é que tem até blog insinuando o motivo daqueles cogumelos estarem posicionados no final do vídeo publicitário. Para mim, a imagem que veio foi a da bomba atômica, ou seja, a impressão que me causou é que a Coca-cola quer é destruir o planeta. Sim, porque a invasão já foi feita em cada esquina 'come poeira' deste mundo.
Com o lema 'Vivendo o lado bom da vida, a sua felicidade transforma' e remetendo à ideia de 'explosão de felicidade', a propaganda tem um ponto positivo: a música (What a wonderfull world) imortalizada por Louis Armstrong, desta vez na voz de Joey Ramone com uma nova roupagem.
É uma propaganda pra se pensar...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Não adianta querer compreender; apenas sinta

A mais recente edição da revista "Caros Amigos" apresenta uma entrevista com o poeta Manoel de Barros. Como sou a-p-a-i-x-o-n-a-d-a por este escritor do Pantanal, resolvi transcrever aqui uma das respostas dele:

"Eu acho que não sou [um poeta] popular. Eu acho que de certa maneira chego a ser difícil, porque tenho muita criação de imagem, sabe. As pessoas que gostam mais de usar a razão para ler, não gostam muito de mim. Só aqueles que usam a sensibilidade são meus leitores, eu tenho certeza disso. As pessoas que lêem querendo compreender, não. Porque eu não quero falar nada. São só umas imagens. Eu acho que a minha poesia tem muito haver com as artes plásticas, e com o cinema também. Sou apaixonado pela pintura. Eu tenho a facilidade de enxergar atrás do quadro, aquilo que eles querem dizer."

Bom, entrei em êxtase quando li exatamente esta parte. É que ele descortinou o que venho tentando dizer há algum tempo, principalmente quando me perguntam o que estou querendo dizer com os meus textos. Assim como Manoel, também não quero dizer nada, quero apenas fazer "sentir". Mas, me deixando um pouco de lado agora, também lembrei de todos os escritores que viveram de criar imagens através da palavra ou em cima dela. Infelizmente, Manoel não é alcançado por todos. Quem apenas usa a razão e a objetividade em momentos de poesia, não terá como compreender a sutileza de uma criação voltada para o prazer de brincar com os signos e de sentir a vibração da palavra.

Não adianta querer compreender; apenas sinta.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Encontro Cultural de Laranjeiras














Hummm, hoje foi dia de cores e batuques. Peguei minha máquina e saí captando imagens no Encontro Cultural de Laranjeiras, onde pude ver pela primeira vez a apresentação de vários grupos folclóricos e ficar emocionada. Pois é, já imaginava que iria gostar daquela aglomeração de pessoas da "melhor idade" com seus trajes coloridos, aquela energia vibrante, o tom da zabumba e as espingardas em punho.
Laranjeiras foi para a porta assistir à passagem da procissão. Ôpa! Procissão? É, eu também pensei que toda procissão fosse igual, com aquelas músicas cantadas pelas beatas e o ritmo lento daquela marcha interminável. Mas, não! Fiquei surpresa com a procissão do folclore, com suas batidas, a risada idosa e ingênua, o cortejo que mais parecia um bloco de Carnaval por entre as ruas e becos da cidade.
Enquanto a caminhada seguia adiante, ao longe já se via os primeiros "blocos" voltando, formando um corredor central por onde se misturariam todos os grupos folclóricos para desembocar diante de um igreja um pouco mais distante. No céu, o ar estava cintilante, aqui embaixo vários fotógrafos - amadores e profissionais - empunhavam suas câmeras tentando congelar imagens que poderiam resultar numa bela exposição.
Bom, não fui até o fim. Precisava de mais fôlego para acompanhar aquelas senhoras tão faceiras que, embaixo de sol forte, com vestimentas variadas e uma garrafinha de cachaça, carregavam o estandarte e os sonhos de manter viva a história das comunidades representadas na festa. Porém, consegui o suficiente: observar a multidão, ganhar semblantes congelados em fotos e levar para casa a lembrança de uma tarde carimbada com as cores do movimento popular laranjeirense.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

artscritta

Gente, desde que comecei este blog nunca expliquei o nome "artscritta". Claro que é o que vocês estão pensando, é literalmente o que está escrito. Só que está em latim. Sonoramente funciona do mesmo jeito como no português, como se eu estivesse dizendo "arte escrita". Enfim, queria que tivesse um nome que lembrasse imediatamente a arte que mais prezo, a escrita e tudo que a circunda: literatura, poesia, profundidade, simbologia, imagem.
Sou uma apaixonada por letras, pela intimidade com a palavra, pela arte de todas as formas. Mas aqui neste blog quero ser livre para falar o que me comover, porque antes de tudo, sou amante da liberdade.