quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Máquinas de vender livros

Olha só que interessante: em São Paulo algumas estações de metrô contam com uma máquina de vender livros, como as que existem de vender café ou refrigerante. A empresa 24x7 Cultural, que opera o serviço, mantém 16 maquininhas espalhadas em sete estações de metrô. Há também uma na estação Carioca, no Rio de Janeiro.
Segundo a Folhaonline, as maquininhas começaram a funcionar em 2003 e acabam de alcançar a soma de 1 milhão de livros vendidos. São vendidos desde clássicos nacionais a autoajuda, além de obras técnicas (manuais de Excel e matemática), compêndios sobre pensadores, livros infantis e policiais.
"E, como de quase tudo se vende, compra-se de quase tudo, inclusive muito Nietzsche. O filósofo alemão é o autor com mais títulos à venda, 19, que seduziram 36 mil compradores desde 2004. 'Assim Falava Zaratustra' e 'Humano, Demasiado Humano' são os best-sellers nietzschianos, 9.000 exemplares de cada um no período", diz a Folha.
O que explica a alta vendagem? As edições são simples, de papel barato e pequenos formatos. Custam de R$ 2 a R$ 10 --a maioria entre R$ 3 e R$ 5. Cada equipamento comporta 280 volumes. Segundo a operadora, são vendidos cerca de 500 por dia --15 mil/mês, 180 mil/ano.

(Quando é que essas maquininhas vão chegar em Aracaju para popularizar a leitura?)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Poema de Fátima Lima

Acompanho sempre o blog da professora e poeta sergipana, Fátima Lima, que logo no perfil já se mostra preenchida de opostos: "Sou doce e ácida, rígida e flácida, domada e selvagem, louca e lúcida, luxo e lixo". Confira um de seus poemas logo abaixo:

Amanhecido

"Luzes no cortejo
Iluminaram os dias
e assombrosas noites frias
onde esperava
sem ter certeza
o outro dia
E nem bem amanhecido
Vi o acontecido
Vi minha NUDEZ
Minha MUDEZ
Despida de mim
Chorei sob o tormento da luz..."

Mais poemas no blog: www.tessiturasemmim.blogspot.com

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ocre


Ocre é esse gosto impregnado nas laterais da língua, onde só o confeito deveria plasmar. Mas neste céu de boca só a noite se alinha ao vento do que não quer descer: engolindo a vida a seco. Sem saliva, um ar vazio, ressecado... Quanta insistência dessas vias nasais! O pulmão esqueceu o que é sugar a vida com força e devolve ainda mais lenta a coragem. A respiração se torna densa, grossa de acasos. Mas o borrifo de uma purificação ainda é o esperado. Falta um espirro catarsento, no qual todas as bactérias do desgosto possam evaporar em contato com o mundo. Demos ‘um viva’ ao recomeço depois das viroses da realidade.