Que saudade do Fernando, o Pessoa. É hora de dar continuidade à minha bíblia da literatura, "O livro do desassossego", o qual sempre paro no meio do caminho, no sentido de economizar leituras para o futuro. É uma vontade de que existam textos como esses durante toda a minha vida... Dispensa maiores considerações...
Vou chamar de pág. 123, versículo 93:
Em mim foi sempre menor a intensidade das sensações que a intensidade da consciência delas. Sofri sempre mais com a consciência de estar sofrendo que com o sofrimento de que tinha consciência.
A vida das minhas emoções mudou-se, de origem, para as salas do pensamento, e ali vivi sempre mais amplamente o conhecimento emotivo da vida.
E como o pensamento, quando alberga a emoção, se torna mais exigente que ela, o regime de consciência, em que passei a viver o que sentia, tornava-me mais quotidiana, mais epidérmica, mais cintilante a maneira como sentia.
Criei-me eco e abismo, pensando. Multipliquei-me aprofundando-me.
Um comentário:
"Pessoa" é sempre "Pessoa".. Que bom que você nos brinda com versos que enobrecem a alma. Obrigada pelas visitas epelo "compartilhado"....
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