sábado, 15 de agosto de 2009

Chuva salgada


Essa chuva que cai agora, há muito já parou de pingar doce nas minhas costas. Pelo menos lava a armadura, o couro, as unhas e a tatuagem. Faz cócegas no leito do meu pensar e ainda assiste ao arrepio de quem vibra com tudo que transborda em líquido. Splash, mergulha e chuááá. É melhor virar água, molinha, escorregadia, transparente, límpida. Oh... lá se vai mais um tribal de sonhos escorrendo por entre pias e canos sedentos e entupidos de um limo chamado desejo. O olhar para o infinito é o próximo a deslizar para acompanhar essa corrente caudalosa e desembocar no ralo. Sobe agora um cheiro de vontades revoltadas...

Um comentário:

Sanatório disse...

A editora L&PM tem muita coisa boa, dos livros clássicos aos alternativos, e o melhor de tudo, cabe no meu bolso($$$). Até os romances interminaveis do seu camarada Dostoiévski dão vontade de ler.

Besitos