sábado, 9 de abril de 2011
Precisa endoscopia?
A vida querendo voltar pela goela, desejando não ser engolida. Sensação de realidade vomitada, exaurida, expurgada do caminho que deveria percorrer. O ventre se dilata para entender a regurgitação e nada de seguir os trâmites da digestão da existência. Fica, alimento, mesmo carregado de dificuldades, pesadelos e um passado nada esquecível. Pra que essa fúria dentro do corpo? Desliguemos as turbinas do retorno. O que já está na estrada deve seguir adiante. Voltar, neste caso, é regredir. Vamos engolir esse jiló com paciência, força, determinação e sabedoria. É hora de deglutir com leveza, aceitando o feijão com arroz com alegria e esperando pelo salmão ao molho de maracujá que chegará ao prato do amanhã. A esperança nos move e nos joga na responsabilidade da digestão bem feita. Vamos pra frente. No fim, tudo vai embora e só restam os saldos positivos: o aprendizado e a experiência. Aminoácidos, proteínas, carboidratos e lipídios, podem entrar!
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2 comentários:
Maravilhoso jogo de alternância e duplo-sentido entre a digestão alimentar e a aridez da vida e do cotidiano.
Um misto de "tudo é horrível" no início, e um quê de alento e esperança no final.
Sua poesia nos ensina isso: Sigamos!
Não costumo 'empurrar nada com a barriga'. Muito menos 'na barriga'. Não gosto de jiló. E sei que quase ninguém gosta. Então, por que esse drama? Bjs.
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