quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Paixões impossíveis de Clarice


Em reportagem da revista Bravo! deste mês finalmente aparece a revelação de que Clarice Lispector nutria paixões impossíveis pelo romancista Lúcio Cardoso, homossexual assumido, e pelo cronista Paulo Mendes Campos, casado na época. A revista informa que o assunto foi abordado pelo jornalista norte-americano Benjamin Moser, na biografia que detalha a vida da escritora.
Ora, duas observações devem ser feitas. Primeiro, algumas biografias de Clarice já indicam grande parte de seus sentimentos e o carinho que sentia pelos amigos e possíveis amores. Segundo, por que um biógrafo dos EUA é que conseguiu esmiuçar a fundo a passagem da escritora neste mundo?
Bom, deixando essas questões de lado, o que importa é que esses amores não vividos alimentaram a inspiração de Clarice. Segundo o biógrafo, o amor não correspondido de Lispector por Lúcio - que deu a ideia do título para o seu primeiro romance, 'Perto do Coração Selvagem' - foi um dos motivos que levaram-na a cultivar a solidão. Já Paulo Mendes Campos foi como uma 'versão heterossexual' de Lúcio Cardoso. Como diz Moser, "ambos eram mineiros, católicos, talentosos e sedutores. Eram também perdulários, boêmios e alcoólatras". Enfim, os dois alvos sortudos do olhar de Clarice exerceram uma forte influência intelectual em sua obra.

Um comentário:

Sanatório disse...

Paixões impossíveis são aquelas que mais amamos.